quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Resenha: Como eu era antes de você


Maratona Literária de Inverno foi prorrogada e esta semana teremos ainda uma atualização sobre. Por ora, resolvi compartilhar minhas impressões deste livro - que nem estava na TBR - surpreendente. Como eu era antes de você foi a terceira leitura da #MLI2017 e estava pedindo uma resenha.

Sinopse: Aos 26 anos, Lou não tem grandes ambições na vida, como viajar o mundo todo ou comprar um carro de luxo. Não faz faculdade ou coisas radicais, entretanto possui uma personalidade radiante. Ela trabalha numa cafeteria perto de casa e possui um namoro estável. Ao ser despedida, e com suas poucas qualificações, ela passa a ser cuidadora de um jovem ranzinza tetraplégico rico que a assusta por sua falta de empatia e por sua família distante. Mesmo odiando sua situação, suas motivações começam a mudar de apenas sustentar a família para conhecer melhor seus patrões com o passar do tempo.


“Ser atirada para dentro de uma vida totalmente diferente — ou, pelo menos, jogada com tanta força na vida de outra pessoa a ponto de parecer bater com a cara na janela dela — obriga a repensar sua ideia a respeito de quem você é. Ou sobre como os outros o veem.”
O mais interessante da escrita de Jojo Moyes é a facilidade com que ela transita de expressões sensíveis para a descrição de atividades cotidianas. É uma coerência com o crescimento de proximidade entre os personagens também, de certa forma. Quando você passa muito tempo com uma pessoa querida, e pensa no tempo que estiveram juntas, as memórias mesclam o sentimental com o simples narrar dos fatos, e foi isso que eu senti aqui. Esperava somente um romance meloso, porém recebi uma amizade que foi construída de maneira sincera e natural. 

A narração tem certas interrupções com capítulos exclusivos de alguns personagens. Achei bacana a flexibilidade, o cuidado para que o melhor da história nos fosse passado. Mesmo assim, serei sincera: não pretendo ler outros livros da autora. É gostoso, foi uma ótima história, por enquanto basta. Talvez pelo meu limite de tolerância quanto aos romances, porém em nada tira o mérito deste livro.

Outra situação que me cativou é a relação secundária desenvolvida entre Lou e sua irmã; achei muito realista: duas pessoas cheias de diferenças, porém que se amam e buscam o bem uma da outra acima das diferenças (e que diferenças!). Eu tenho uma irmã mais nova e foi fácil me identificar com as duas personagens em momentos variados.





Este livro não procura dar lições de moral ou um graaaande drama. É uma história que produz um efeito reflexivo sim, mas ao longo dela inteira. Você se conecta aos personagens gradualmente, sentindo a raiva, a tristeza e alegria dos dois protagonistas, entendendo as duas situações. Quanto ao desfecho, achei apropriado. Algo diferente disso daria um tom fantasioso, contrariando todo o estilo da trama. A autora deixou a janela de discussão aberta de maneira clara, exemplificada pela a situação com a mãe da Lou.

Como eu era antes de você aplica-se a várias situações, porém todas vindo de um único catalisador. Há diversas transformações aqui, amadurecimentos.

Não assisti o filme ainda, mas já li imaginando os atores nos acontecimentos. E ao ver a descrição dos personagens, isso só aumentou, realmente achei os escolhidos parecidos com o livro. A história pra mim parece simples de se reproduzir fielmente, então com certeza estou curiosa.

Fui surpreendida. Muito bom o livro, com certeza! Indico para todos e também acho que por ser uma trama com desenvolvimento equilibrado entre o suave e o cotidiano, pode cativar pessoas sem o hábito da leitura, o que é ainda mais incrível. Até logo, gente!

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